quinta-feira, 10 de novembro de 2011

estética de um desastre

são as ruínas que nos habituam
a tudo o que há de verdade.
não está em nós.
aprendemos os outros,
um a um,
em jeito de arredor,
como se o tempo se iludisse com molduras
na sedimentação das idades.


trinta e três, quarenta e quatro.
sem outros cônjuges,
as mãos,
e os corpos em dezembro,
sem intervalos.
é assim a estética de um desastre
que sem resposta nos vacila.
durante.
imprecisos.
infantes na errância dos limbos.


não sei bem como se inscreve
um motivo mas há ainda uma boca
que nos é sede.
sorve-nos a fuselagem dos atalhos.
e dela brotamos íngremes
para extinguir os mapas na varanda
dos dedos.
escopo ou ónus este silêncio?
féretro.


quantos se esbatem na aleatória convalescença
dos ritos?


amo-te.
é a minha maneira de dizer-te adeus.

DT

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